sexta-feira, 3 de março de 2017

Encantar-se

  







  A minha vida inteira foi voltada á busca pelo o amor.Sempre quis,mas nunca encontrei.Tentei força-lo,forja-lo e até esquece-lo.Mas,essa busca é a base que me sustenta!  É eu sei,parece complicado uma vida que se baseia em procurar algo que nunca foi sentido.E quanto,mais eu procuro mais eu me machuco. É doloroso,sufocante e as vezes até mesmo angustiante.Mas é o que me mantém viva,é o que me dá alegria,paz,angustia,dor e esperança.Quantos pequenos amores eu encontrei?Muitos!Quanta coisa nova eu aprendi com eles,quanta experiência!
 E os carinhos de dedos entrelaçados dentro do cinema,o beijo roubado,constrangido,inseguro e cheio de vida.Sem maldade,só uma pequena amostra de amor,de desejo e paz.Essa pequena amostra me dá vontade de senti-lo cada vez mais.
 Já tentaram me roubar essa vontade de amar,dizendo que tenho sentimentos demais,que eu amo demais e isso não é bom.Já acreditei que devia me moldar pra caber nesse mundo,e esquecer das minhas emoções,mas é o mundo que precisa se moldar pra caber em mim.As pessoas é que tem que aprender a amar.Eu só preciso saber esperar,o amor vem para os distraídos.

- Carina Araujo

quinta-feira, 27 de outubro de 2016

Uma amiga distante

 Esses dias eu compartilhei um vídeo de uma garota explicando a depressão.Ela dizia que depressão é metamorfa,uma hora é pequena como um vagalume nas mãos de um urso,outra hora é o próprio urso.Não tem como explicar o efeito que esse vídeo me causou,a maioria das pessoas acham que depressão é não conseguir levantar da cama.A minha as vezes aparece como uma amiga distante,pega nas minhas mãos e me explica o valor dos sentimentos até mesmo me diz que um sofrimentozinho de vez enquanto não faz mal a ninguém.E eu acredito honestamente que dessa vez vai ficar tudo bem,compro um livro novo,baixo umas musicas antigas e chamo aquela amiga mais antiga pra sair.Então a depressão me abraça e me faz recordar que aquela amiga antiga me traiu,e eu esqueço o valor do perdão.
  Os livros,as musicas,a ansiedade me faz perder a concentração.Nesses dias eu peço um dia de folga,porque eu não vou conseguir me levantar.Já me disseram que é uma loucura esse meu humor oscilante.Loucura é nunca conseguir me esquecer de nada.Minha mãe diz que eu não tenho razão pra sentir tristeza,e é quando eu me lembro que a depressão é uma mãe opressora,que acha que prender é o mesmo que amar.Ela me mantem trancada dentro de mim,porque lá fora deve ser assustador.
 Já me disseram que o que eu tenho é comodismo,tô seguindo uma rotina e tenho preguiça de sair.Até porque sofrer é uma escolha,eu escolhi.Nesse momento eu percebo que discutir e argumentar não vai adiantar.A faculdade não faz mais sentido,eu vou,mas não consigo me concentrar.Tento me convencer que eu amo aquele lugar,mas amor é um sentimento que não faz sentido pra mim,é sinônimo de ausência,já que todos que eu amei,já se foram, e quem eu ainda amo,não acreditam no meu amor. A ansiedade é como cada unha das minhas mãos,rascando cada parte do meu corpo,tentando fugir de mim,ou me paralisar.A escolha é sempre minha,fugir ou ficar e enfrentar.Eu sempre escolho enfrentar,não sei até quando,mas eu continuo.Mas eu não posso me esquecer que a depressão não é uma amiga tão distante assim,e eu sempre me preparo para recebe-la.

Carina Araujo

domingo, 29 de setembro de 2013

pré-conceito

Antigamente eu costumava ouvir tudo que me diziam,costumava acreditar em tudo e ter medo de todos em minha volta. É engraçado mais hoje eu gosto de dizer que sou uma mocinha crescida,não acredito mais em bicho papão de baixo da minha cama.Eu tenho medo mesmo é da ausência da falta que algumas pessoas me fazem,tenho dificuldade para entender como elas foram capazes de me esquecer tão fácil.
 Esses dias tive uma aula de ideologia e nela minha professora falou um pouco sobre preconceito.Mas o que é preconceito? Desde criança ouso os outros me chamarem de algo,elas diziam que eu gostava de outras  meninas por ser diferente,e eu não entendia o que era ser diferente por que para mim,todo mundo era igual.Antes de ser tabulada,eu costumava ser uma menina simples que gostava de desafios e das crianças novas que entravam assustadas na escola sem conhecer ninguém e saiam de lá comigo como amiga.Isso também é engraçado por que hoje eu não tenho ninguém pra conversar.E eu chego a conclusão que preconceito é o verdadeiro bicho papão,mais ele não mora debaixo da cama de ninguém,ele vive dentro da mente humana,ele é capaz de destruir todas as lembranças boas que existem e transforma-las desamor,intolerância,nojo,e até mesmo em medo.
 Uma vez quando criança eu sentei na varanda da minha casa e contemplei as estrelas,naquela época não tinha medo de me chamarem de louca por ficar olhando para o nada na escuridão.Meu tio sentou do meu lado e me disse que o céu era feito de água do mar e que as estrelas eram almas de pessoas boas que nadavam na imensidão sem fim,a lua era Deus ou era nossa senhora?Eu não me lembro.Tem poucas coisas das quais me lembro. É difícil lembrar das boas lembranças se as ruins parecem ter um impacto maior.Como se apaga uma cicatriz?Eu tenho medo mas não é do bicho papão ou será que é?A que ponto pode chegar a falta de conhecimento a incapacidade de entender que as pessoas são sim diferentes,mas isso não quer dizer que isso seja uma coisa ruim.Vamos por como exemplo o sol,ele é uma estrela como todas as outras no céu o que o diferencia de suas iguais é apenas a distancia ele só está mais perto da terra,e isso não faz dele algo ruim pelo contrário sem ele morreríamos de frio ou nem existiríamos.Então pra que ter medo?Se o diferente ainda pode ser bom?  


Carina A

quinta-feira, 5 de setembro de 2013

Tenho um dragão que mora comigo.

Não, isso não é verdade.

Não tenho nenhum dragão. E, ainda que tivesse, ele não moraria comigo nem com ninguém. Para os dragões, nada mais inconcebível que dividir seu espaço - seja com outro dragão, seja com uma pessoa banal feito eu. Ou invulgar, como imagino que os outros devam ser. Eles são solitários, os dragões. Quase tão solitários quanto eu me encontrei, sozinho neste apartamento, depois de sua partida. Digo quase porque, durante aquele tempo em que ele esteve comigo, alimentei a ilusão de que meu isolamento para sempre tinha acabado. E digo ilusão porque, outro dia, numa dessas manhãs áridas da ausência dele, felizmente cada vez menos freqüentes (a aridez, não a ausência), pensei assim: Os homens precisam da ilusão do amor da mesma forma que precisam da ilusão de Deus. Da ilusão do amor para não afundarem no poço horrível da solidão absoluta; da ilusão de Deus, para não se perderem no caos da desordem sem nexo.
(...)


- Caio F. Abreu 






sábado, 15 de junho de 2013

Em transição.

Tenho andado procurando alguém que entenda o que existe de mais profundo dentro do meu coração.Que descobra meus segredos por querer ajudar e não, por querer julgar.Nesse caminho solitário que eu tenho andado tem sido incrivelmente tortuoso e doentio,e essa foi uma escolha minha. Evito escrever por que todas as vezes que decido  expressar meu sentimentos em escritas,eles simplesmente transbordam,derramam-se entre meus dedos descontrolavelmente.Mais se estou aqui pra escrever o que eu sinto.Vou parar de rodeios e dizer,que eu estou angustiada.Eu tenho descoberto quem eu sou e com isso eu percebi que minha antiga vida e as pessoas que eu amo provavelmente não poderão fazer parte dessa minha nova vida,eles simplesmente não entenderiam.Por que tem que ser tudo tão complicado?Eu não queria ser julgada,e não quero que eles virem as costas pra min,porque eu os amo,e eu realmente gostaria que eles participassem,eu quero que eles participem.Por que essa dificuldade pra aceitar?Tanto medo do que é diferente,só causa mais magoas e transtornos.Eu só queria dizer que apesar de saber que as portas para min jamais estarão abertas,as minhas portas sempre estarão apertas para aqueles que quiser entrar.
                                                   
                                                                                                                                  Carina Araujo.


sexta-feira, 23 de novembro de 2012

Re-amar


Olha, eu sei que o barco tá furado e sei que você também sabe, mas queria te dizer pra não parar de remar, porque te ver remando me dá vontade de não querer parar também.Tá me entendendo? Eu sei que sim. Eu entro nesse barco, é só me pedir. Nem precisa de jeito certo, só dizer e eu vou. Faz tempo que quero ingressar nessa viagem, mas pra isso preciso saber se você vai também. Porque sozinha, não vou. Não tem como remar sozinha, eu ficaria girando em torno de mim mesma. Mas olha, eu só entro nesse barco se você prometer remar também! Eu abandono tudo, história, passado, cicatrizes. Mudo o visual, deixo o cabelo crescer, começo a comer direito, vou todo dia pra academia. Mas você tem que prometer que vai remar também, com vontade! Eu começo a ler sobre política, futebol, ficção científica. Aprendo a pescar, se precisar. Mas você tem que remar também. Eu desisto fácil, você sabe. E talvez essa viagem não dure mais do que alguns minutos, mas eu entro nesse barco, é só me pedir. Perco o medo de dirigir só pra atravessar o mundo pra te ver todo dia. Mas você tem que me prometer que vai remar junto comigo. Mesmo se esse barco estiver furado eu vou, basta me pedir. Mas a gente tem que afundar junto e descobrir que é possível nadar junto. Eu te ensino a nadar, juro! Mas você tem que me prometer que vai tentar, que vai se esforçar, que vai remar enquanto for preciso, enquanto tiver forças! Você tem que me prometer que essa viagem não vai ser a toa, que vale a pena. Que por você vale a pena. Que por nós vale a pena.
Remar.
Re-amar.
Amar.

C.F.A





segunda-feira, 21 de novembro de 2011

Chorar não adianta

“Chorar não adianta, eu seco de tanto chorar e não passa. Ver TV, falar ao telefone, dançar, gritar, escrever, abraçar minha mãe, tomar suco de manga… nada adianta.


Eu sei, eu sei, o eterno clichê “isso passa”. Passa sim e, quando passar, algo muito mais triste vai acontecer: eu não vou mais te amar. É triste saber que um dia vou ver você passar e não sentir cada milímetro do meu corpo arder e enjoar. É triste saber que um dia vou ouvir sua voz ou olhar seu rosto e o resto do mundo não vai desaparecer. O fim do amor é ainda mais triste do que o nosso fim. Meu amor está cansado, surrado, ele quer me deixar para renascer depois, lindo e puro, em outro canto, mas eu não quero outro canto, eu quero insistir no nosso canto.”

— Tati Bernardi